segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O Castelo da Pena de Alfange na Defesa de Bobadela de Cima - em Capelins

O Castelo da Pena de Alfange implanta-se num destacado esporão da margem direita do Guadiana, que se desenvolve paralelamente ao rio; apresenta as vertentes consideravelmente íngremes, em particular a Nascente, onde cai abruptamente, o que lhe permite usufruir de uma defensibilidade quase inexpugnável; detém, igualmente, uma excelente visibilidade sobre o vale do rio, em particular sobre dois vaus nas imediações, junto às Azenhas d’El Rei, a montante, e na ilha da Cinza, a jusante.
A ocupação desenvolve-se no topo, em várias plataformas artificiais, definidas por taludes, nos quais são por vezes visíveis muros de xisto. A área ocupada, ainda que supere a definida para a maioria dos locais aqui apresentados, não deverá atingir o 0,5 ha.
Um talude de planta aproximadamente semicircular delimita o sítio, desembocando na escarpa que cai sobre o rio. Esta estrutura dificilmente se poderá assumir como uma muralha, podendo corresponder a um muro de contenção de terras, de modo a ampliar a área habitável. No interior desta área existiria um conjunto de estruturas, denunciadas por taludes e por vários troços de muros, ainda visíveis. Na extremidade Sul do topo e simultaneamente num dos pontos mais elevados do local, existem vestígios de uma estrutura de planta quadrangular.
Este fortim foi inicialmente integrado na Idade do Ferro (Calado, 1993, p. 141; Edia, 1996, p. 169), publicando-se um conjunto de materiais de tradição indígena, nomeadamente bordos extrovertidos; em visita ao local foi possível detectar a presença de paredes de ânfora de produção bética, provavelmente Classe 15–Haltern 70.
Os dados são realmente escassos, contudo, creio ser possível integrar este sítio no conjunto aqui reunido, quer pela sua aparente cronologia, dentro do séc. I a.C., quer pelas suas dimensões e implantação, que o aproximam dos restantes.
Na margem oposta do Guadiana, já em território espanhol e ligeiramente a Sul do Castelo da Pena de Alfange, identificou-se um outro local com características muito semelhantes aos aqui reunidos; implanta-se num destacado esporão, algo recuado em relação ao rio, mas com boa visibilidade sobre este. Este sítio poderia, igualmente, estar relacionado com o controlo dos importantes vaus já referidos.





Castelo da Pena de Alfange em Capelins




quinta-feira, 30 de outubro de 2014


As minas de ferro, magnésio e outros metais, na Defesa de  Ferreira

Conforme podemos verificar no presente documento, cerca de 1900 anos depois da exploração das minas de Ferreira pelos romanos, em 25 de Agosto de 1910, foi registada na Câmara de Alandroal pelos descobridores António Fernandes Palma e António da Luz, a concessão da exploração da mina de ferro e outros metais na Defesa de Ferreira.


Repartição de Minas
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Éditos
Havendo António Fernandes Palma e António da Luz, requerido o diploma de descobridores legaes da mina de ferro e outros metaes, da Defesa de Ferreira, situada na freguesia de Santo António de Capellins, concelho de Alandroal, districto de Évora, registada por António Fernandes Palma, na Camara Municipal do mesmo concelho em 25 de agosto de 1910, convidam-se, nos termos do artigo 24º do decreto com força de lei de 30 de setembro de 1892, todas as pessoas, a quem a referida concessão possa prejudicar, a apresentar as suas reclamações no Ministerio do Fomento, dentro do prefixo prazo de sessenta dias, contados da publicação d’este edito no Diario do Governo.
    Repartição de Minas, em 24 de agosto de 1911. --- O Engenheiro Chefe da 1ª Secção, servindo de Chefe da Repartição, E. Valerio Villaça.

(Diario do Governo Nº 198 – 25 DE AGOSTO DE 1911 – PÁG. 3612).


Minas de Ferreira
Foto: RAIA





sexta-feira, 17 de outubro de 2014



Alma de Capelinense

É nossa missão, como amigos de Capelins, divulgar todas 

as referências à nossa Freguesia.

Chegado um fim-de-semana,
fiz contas, e atravessando
as margens do Guadiana,
fui dormir a Capelins.
Na manhã do outro dia
(o Sol ainda dormia)
e eu, a pé, já caminhava
por terras de Portugal.
Andando um bom par de léguas
cheguei tarde, noite fora,
ao sítio da "Cotovia".
Batiam três da manhã
na torre da freguesia.
Ia a morrer de cansaço,
mas a voz do próprio sino,
como a força do destino,
foi-me levando p'lo braço
ao "Monte" onde ela morava...

In: “Terras de Sol – Picareta Escribante”